SOC. PORT. MEDITAÇÃO/MINDFULNESS


Mindfulness para diminuir o stress e o burnout e aumentar a resiliência
Uma das formas de aumentar o desempenho adaptativo e reduzir o burnout nas organizações é através das abordagens baseadas em mindfulness. Mindfulness significa estar consciente e prestar atenção com interesse à experiência que está a acontecer momento a momento.

Vítor Bertocchini - Psicólogo, PhD.



Introdução

Este é o segundo artigo de uma série sobre burnout. Se deseja saber mais pormenores sobre o que é o burnout e formas de o evita não deixe de ler o artigo: O que é burnout? Sintomas, medidas de ataque e de prevenção

Atualmente, o stress e o burnout são problemas comuns e sérios entre muitos profissionais, especialmente os que trabalham no setor de serviços humanos. Este problema leva a doenças físicas e emocionais que podem conduzir ao aumento do absenteísmo e à redução da produtividade (1). O burnout ocupacional causa impulsividade, maior sensibilidade, ansiedade e depressão. O stress prolongado pode fazer com que os profissionais experimentem burnout (2). Além disso, vários estudos indicam que aproximadamente 40% dos profissionais relataram que os seus empregos eram “muito ou intensamente stressantes” e 26% afirmaram que “frequentemente ou mais frequentemente têm stress no seu trabalho” (3). Portanto, prestar atenção ao burnout e ao stress ocupacionais pode ser muito eficaz nas organizações. Alguns colaboradores são muito resilientes diante de condições extremas de stress, outros muito mais susceptíveis. Portanto,nas organizações a atenção a essa característica das pessoas e aos fatores relacionados pode ser útil para que se melhore a saúde dos funcionários e se reduza ou se elimine o burnout.

Além disso, a mudança organizacional é uma grande preocupação para muitas organizações. Hoje, as organizações têm vindo a mudar e enfrentar a mudança pode ser muito difícil para os profissionais. Quem é contra a mudança, muitas vezes, receia perder território, estão incertos sobre o que vai acontecer no futuro e podem sentir medo de errar em novas tarefas. Todos esses fatores dificultam a aceitação das mudanças na organização e por conseguinte, prestar atenção a um desempenho mais adaptativo entre os colaboradores pode ser útil para melhorar o desempenho da organização.







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Desempenho adaptativo e redução do Burnout


Uma das formas de aumentar o desempenho adaptativo e reduzir o burnout (nas organizações) é através das abordagens baseadas em mindfulness. Mindfulness significa estar consciente e prestar atenção com interesse à experiência que está a acontecer momento a momento. Mindfulness tem várias facetas, como por exemplo:

Os programas de mindfulness mais em voga nas áreas da saúde podem ser transferidos para as áreas ocupacionais e organizacionais para melhorar a saúde mental e o desempenho dos colaboradores. Vários estudos mostraram que a prática de mindfulness está positivamente relacionada com o desempenho no trabalho (1). Mindfulness ajuda os colaboradores a melhorarem o seu desempenho, aumentando os níveis de desempenho, reduzindo as mudanças de desempenho, protegendo as pessoas contra distúrbios ou distrações e fornecendo orientação e motivação (1).
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Mindfulness ajuda as pessoas a ignorarem os julgamentos e interpretações habituais que vêm à mente e protege-as contra emoções e reações intensas que levam a conflitos no trabalho e a doenças mentais e psicológicas (2). Além disso, os resultados de vários estudos mostraram que mindfulness teve um impacto negativo no burnout (3, 4). Mindfulness evita o burnout dos colaboradores, reduzindo a exaustão emocional (3). Em geral, mindfulness reduz os pensamentos negativos sobre a própria pessoa e o meio ambiente e é um antídoto contra a reatividade da mente no local de trabalho. Isso ajuda os profissionais a terem menos reações a situações geradoras de stress no local de trabalho e a terem mais resiliência. Portanto, nessas condições, a probabilidade de burnout de uma pessoa é reduzida. A resiliência é um dos mecanismos pelos quais mindfulness pode reduzir o burnout e melhorar o desempenho adaptativo. A resiliência é definida como a capacidade de manter a estabilidade psicológica diante do stress. Na verdade, a resiliência é uma característica pessoal que ajuda os indivíduos a enfrentar o fracasso e manter os seus esforços para o progresso. Esse é um recurso que pode proteger os colaboradores contra efeitos e danos desagradáveis (5, 6).

Os resultados positivos estão relacionados ao incremento da resiliência, da redução dos efeitos negativos da tensão, do aumento da adaptabilidade e do desenvolvimento de competências eficazes de enfrentamento para lidar com as mudanças e as inconsistências (7). A investigação demonstrou que a resiliência pode ser aprimorada por meio de treino psicológico, como o treino baseado em mindfulness (8). Além disso, Keye e Pidgeon (9) mostraram que a mindfulness pode aumentar a resiliência. Estudos mostraram a relação entre resiliência e vários resultados, como a saúde mental, burnout, perturbação de stress pós-traumático, depressão e ansiedade (10, 11). De acordo com estudos anteriores, mindfulness subjaz e é preditor da resiliência (9, 23), e está negativamente correlacionado com burnout (10, 11, 12, 13) e tem um papel mediador entre mindfulness e burnout (14). Além disso, foi sugerido que a resiliência ajuda os funcionários a serem mais adaptáveis em seu ambiente de trabalho.






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Conclusão


O burnout profissional é um problema em todas as áreas laborais, especialmente para os profissionais de áreas altamente "emocionais" e interativas, como a da saúde (15) e a da educação (16). O burnout afeta não apenas o profissional individual, mas também os destinatários dos cuidados e serviços. Por exemplo, o stress e o burnout dos professores têm sido associados a problemas de saúde que resultam em doenças e absenteísmo (16), diminuição da aprendizagem em sala de aula (17) e deterioração do comportamento e desempenho dos alunos.

Mindfulness tem vindo a ser estudado como um potencial tratamento para o burnout profissional

Mindfulness tem vindo a ser estudado como um potencial tratamento para o burnout profissional (18). Mindfulness pode ser definido como “a consciência que emerge ao prestar atenção, com propósito e sem julgamento, ao desenrolar da experiência momento a momento” (19).

O conceito de mindfulness está impregnado de valores budistas, com ênfase na mudança de modos de pensar de mindless para mindful. Uma pessoa que pratica mindfulness procura passar o dia no momento presente e reconhecer, em vez de julgar, eventos, pensamentos e emoções. Exercícios específicos de mindfulness podem incluir alimentação consciente, meditação sentada, exploração corporal, entre outras.

Aprender e treinar mindfulness

Mindfulness pode ser aprendido e praticado de forma estruturada (formal) ou não estruturada (informal). A aprendizagem informal sobre o tópico pode ocorrer pela leitura de livros, a realização de investigação online e a exploração com colegas. A aprendizagem formal, seja individual ou em grupo, pode incluir a inscrição num curso online de mindfulness, a participação num programa em grupo de prática ou matricular-se num programa estruturado. Muitos dos programas formais oferecidos atualmente são baseados na Redução de Stress Baseada em Mindfulness (MBSR), um programa padronizado desenvolvido por Jon Kabat-Zinn no final dos anos 1970. Por meio do MBSR, os participantes aprendem a prática de mindfulness num formato didático e experiencial, normalmente em 8 a 10 sessões de grupo semanais. aprender a ‘descentrar’ e permitem que veja os seus pensamentos a manifestarem-se momento a momento. Ajudam a não ouvir as mensagens que a depressão está a enviar-lhe.

Os diferentes programas e cursos de mindfulness permitem ajudá-lo a familiarizar-se com as diferentes formas como a sua mente e os seus padrões de pensamento contribuem para os problemas, o que ajuda a desenvolver um novo relacionamento com eles. Muitas pessoas descrevem no final dos cursos de MBSR e outros três principais insights:

A princípio, esses pontos podem parecer muito simplistas, mas quando prestamos atenção a como estamos a pensar e a sentir, com o tempo, tornamo-nos melhores na identificação da sobrecarga de emoções e pensamentos difíceis. Dessa forma, podemos lidar com eles mais habilmente, em vez de apenas reagir de maneiras que podem não ser boas para nós nem para os outros.

Práticas de mindfulness

Concentrando-se na respiração e no corpo, bem como no movimento consciente e desenvolvendo maior atenção consciente às atividades quotidianas – ajudam-nos a aprender a reconhecer as emoções e os padrões de pensamento que causam problemas.Aprendemos que pensamentos são apenas pensamentos. Eles não são fatos, e podemos escolher se lhes daremos poder sobre as nossas mentes e corações. Com o tempo eles podem até ajudar-nos a saborear e a desfrutar de todas as coisas que nos dão prazer e a obter uma sensação de realização sustentada.




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  • 2. Marchand WR. (2012). Mindfulness-based stress reduction, mindfulness-based cognitive therapy, and Zen meditation for depression, anxiety, pain, and psychological distress. J Psychiatr Pract. 18(4):233-52. doi: 10.1097/01.pra.0000416014.53215.86.
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  • 15. Hulsheger, U. R., Alberts, H. J. E. M., Feinholdt, A., & Lang, J. W. B. (2013). Benefits of mindfulness at work: The role of mindfulness in emotion regulation, emotional exhaustion, and job satisfaction. Journal of Applied Psychology, 98, 310–325. https://doi.dx.org/10.1037/a0031313
  • 16. Roeser, R. W., Schonert-Reichl, K. A., Jha, A., Cullen, M., Wallace, L., Wilensky, R., Harrison, J. (2013). Mindfulness training and reductions in teacher stress and burnout: Results from two randomized, waitlist-control field trials. Journal of Educational Psychology, 105, 787–804. https://doi.dx.org/10.1037/a0032093
  • 17. Jennings, P. A., & Greenberg, M. (2009). The prosocial classroom: Teacher social and emotional competence in relation to child and classroom outcomes. Review of Educational Research, 79, 491–525. https://doi.dx.org/10.3102/0034654308325693
  • 18. Cohen-Katz, J., Wiley, S., Capuano, T., Baker, D. M., Deitrick, L., & Shapiro, S. (2005). The effects of mindfulness-based stress reduction on nurse stress and burnout: A qualitative and quantitative study, part III. Holistic Nursing Practice, 19, 78–86. https://doi.dx.org/10.1097/00004650-200503000-00009
  • 19. Kabat-Zinn, J. (2003). Mindfulness-based interventions in context: Past, present, and future. Clinical Psychology: Science and Practice, 10, 144–156. https://doi.dx.org/10.1093/clipsy.bpg016






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