SOC. PORT. MEDITAÇÃO/MINDFULNESS

Autocompaixão o que é? As 3 Dimensões
Vítor Bertocchini

Vítor Bertocchini - Psicólogo, PhD.

É interessante que noutras áreas das nossas vidas entendemos que ser demasiadamente severo não é uma boa estratégia. Tomemos o exemplo da parentalidade. Décadas atrás pensava-se que a punição era uma boa forma de educação.
Brevemente teremos disponível o curso online de Mindful Self-Compassion em Português. Para já poderá começar pela fundação Curso de Introdução ao Mindfulness em 3 níveis.




A autocrítica

A grande maioria das pessoas está habituada a ser demasiadamente autocrítica. Não será surpreendente, pois na nossa sociedade somos ensinados a sermos duro(a)s e exigentes connosco, muitas vezes com excesso de culpabilidade, desde as nossas ações até à nossa aparência. A autocrítica tem sido o caminho preferido para o sucesso. Raramente pensamos em nós mesmos mostrando bondade ou até mesmo se o fizermos, preocupamos-nos, pois podemos ser egoístas, complacentes ou arrogantes. Mas a investigação tem descoberto que a autocrítica tem o potencial para sabotara nossa vida e produz uma variedade de consequências negativas. Por exemplo, de acordo com Kristin Neff, Ph.D., os estudos têm demonstrado que a autocrítica pode levar a baixa auto-estima, ansiedade e depressão. Neff é a autora de diversos livros e artigos científicos sobre a autocompaixão e desenvolveu, em conjunto com Germer o programa de treino em compaixão Mindful Self-Compassion.

Ver prática guiada mais abaixo

A autocompaixão tem sido associada a um maior bem-estar, incluindo diminuição da ansiedade e depressão, aumento das competências emocionais para lidar com os problemas de forma mais eficaz e maior compaixão dirigida às outras pessoas. Pode ser considerada com um conceito constituído por 3 dimensões.


Curso de Mindfulness

3 níveis +60 áudios


Curso de Mindfulness - 3 níveis +60 áudios | Ver mais


Poderá experimentar uma meditação guiada base, que poderá ser útil para serenar a mente. Esta prática faz parte do Curso de Mindfulness



As 3 dimensões...

1. Autobondade: Ser bondoso(a), gentil e compreensivo(a) com você mesmo(a) quando está em sofrimento.

2. Condição Humana Comum: Reconhecer que não está sozinha/o nas suas lutas/dificuldades. Quando estamos em luta temos a tendência a sentirmo-nos especialmente isolados. Tendemos a pensar que somos os únicos a enfrentar a perda, a cometer erros, a sentirmos-nos rejeitada/os ou como um falhanço. Mas são essas mesmas lutas que fazem parte da nossa experiência partilhada, todos os seres humanos tem em comum as mesmas ou dificuldades/desafios semelhantes.

3. Mindfulness: Observar a vida como ela é, minimizando os julgamentos. Envolve a permissão e a aceitação dos próprios pensamentos, emoções e sentimentos, sem uma excessiva identificação com os mesmos.


Mitos sobre a autcompaixão

Numa sociedade que cultiva valores de competição, é fácil proliferarem mitos associados à autocompaixão. Abaixo, Neff dissipa alguns desses mitos comuns e que podem ser sérios obstáculos no caminho das pessoas que procuram ser gentis com elas mesmos.
Mito 1: A autocompaixão é autopiedade ou egocentrismo.

Fato: A autopiedade é estar imerso nos seus próprios problemas, esquecendo-se que outros lutam, também. No entanto, ser autocompassivo é ver as coisas exatamente como elas são - nem mais nem menos. Significa reconhecer que sofrer faz parte da condição, e reconhecendo que os outros têm problemas semelhantes ou estão a sofrer ainda mais. É colocar os seus problemas em perspectiva.

Mito 2: A autocompaixão é autoindulgência.

Fato: Ser autocompassivo não significa buscar unicamente o prazer. Não está a esquivar-se das responsabilidades ou a ser preguiçosa/o. Em vez disso, a autocompaixão visa aliviar o sofrimento/insatisfação.

Mito 3: A autocrítica é um motivador eficaz.

Fato: Não há realmente nada de motivador em criticar-se a si mesmo, afirma Neff, porque poderá conduzir a que tema o fracasso e a que perca a confiança em si mesma/o. Mesmo ao conseguir grandes realizações tem muitas vezes uma visão negativa de si mesma/o. É interessante que noutras áreas das nossas vidas nós entendemos que sermos duro não funciona. Tomemos o exemplo da parentalidade. Décadas atrás pensava-se que a punição e a crítica severas eram eficazes em manter as crianças "na linha", ajudando-as a aprender e a fazer o bem. No entanto, hoje sabe-se que ser um/a pai/mãe que apoia e incentiva é mais benéfico.

Isto tudo não significa que sejamos complacentes. Saliento que a autocrítica derruba-nos; parte da ideia de que "eu sou fraca/o." A autocompaixão, pelo contrário, foca-se na mudança do comportamento que está na causa da sua infelicidade e mal-estar.


A autocompaixão age como um/a pai/mãe carinhoso/a. Assim, mesmo quando não desempenhar da forma como gostaria, ainda pode ser/estar solidário e permitir-se aceitar-se a si mesmo/a. Como uma mãe amável, o seu apoio e amor são incondicionais e poderá reconhecer que está tudo bem, mesmo que não seja perfeito.





Estratégias para cultivar a auto-compaixão

Brevemente estará disponível um curso de Autocompaixão online (incluído na app de mindfulness) Ficam algumas sugestões:
Ser autocompassivo pode parecer estranho no início. Isso pode ser mais difícil para algumas pessoas, especialmente se já experimentaram fortes situações traumáticas. Pode ser importante trabalhar com um terapeuta.

Estas estratégias podem ajudar.

1. Pense em como iria tratar alguém. A coisa mais simples que pode fazer, de acordo com Neff, é imaginar o que faria se alguém próximo veio até si depois de ter "falhado" ou de ter sido rejeitado/a. O que diria a essa pessoa? Como iria tratá-la?

2. Tenha cuidado com a sua linguagem. O hábito de criticar-se a si mesma/o pode estar tão enraizado que nem percebe que o está a fazer. Por isso, ajuda prestar especial atenção às palavras que usa para falar consigo. Se não diria as mesmas afirmações para alguém que gosta, então está a ser autocrítica/o.

3. Conforte-se com um gesto físico. Gestos físicos calorosos têm um efeito imediato sobre os nossos corpos, ativando o sistema parassimpático, que acalma o corpo e mente. Especificamente, gestos físicos "ajudam a mover-se da sua cabeça e em deireção ao seu corpo" - o que é importante uma vez que "a mente gosta de fugir com narrativas/histórias." Por exemplo, poderá colocar as mãos sobre o coração ou simplesmente segurar o seu braço.

4. Memorize um conjunto de frases compassivas. Sempre que der por si a dizer/pensar: "Eu sou terrível", ajuda ter algumas frases preparadas. Escolha declarações que realmente tenham eco em si. Combinando isso com um gesto físico - como as mãos sobre seu o coração - é particularmente poderoso. usam-se, pore exemplo, as seguintes frases:

* Este é um momento de sofrimento.
* O sofrimento faz parte da vida.
* Que eu possa ser gentil comigo mesma/o neste momento.
* Que eu possa dar-me a compaixão que preciso.

O que espera para começar?
--> COMEÇAR AQUI de forma simples





Mais Cursos e Práticas de Interesse


Próximos Encontros




Artigos Base



Artigos Relacionados







Curso de Introdução ao Mindfulness

3 níves separados - 58 áudios - 46 práticas
Aprender a praticar Mindfulness e a Florescer

Orientado Vítor Bertocchini, PhD.

Online - Inicia quando quiser





        © 2019 Meditt.space